domingo, 5 de junho de 2011

Relações Interpessoais em comunidades virtuais de aprendizagem

No paradigma actual, a internet oferece novas oportunidades para o estabelecimento de relações sociais. As ferramentas de comunicação da Internet adequam a um paradigma educacional mais actual que prioriza "a interacção social, a aprendizagem colaborativa e as comunidades de aprendizagem" Paiva(2006:2), como formas de construir colectivamente o conhecimento. Neste contexto, o professor e o aluno passam a ter uma postura mais activa, possibilitando interacção e a formação de comunidades. O ensino aprendizagem são integrados num processo contínuo, de criação conjunta de significados que contribuem para a construção de um discurso próprio do indivíduo Groux (1997) Bakhtin (1995).
No entanto a súbita acessibilidade a uma grande e diversificada quantidade de ferramentas de comunicação e de aprendizagem não se fez acompanhar do conhecimento pedagógico, para um eficaz e eficiente uso da Internet.
Segundo Levy (1993), a noção de espaço e tempo, vê-se hoje, totalmente transformada devido ao surgimento desse novo sistema que unifica o mundo em tempo presente e indeterminado. Levy acredita que por meio da informática, há a possibilidade de uma nova maneira de construir o desenvolvimento das pessoas e da sociedade.
Numa sociedade em rede e com tantas possibilidades comunicacionais, será possível a internet anular as relações pessoais?
Não me parece, o ser humano é um ser demasiado complexo para se restringir a um único canal de comunicação.

REFERÊNCIAS
CARVALHO, Jaciara de Sá. Redes e comunidades virtuais de aprendizagem: elementos para uma distinção. Dissertação. 196f. (Mestrado - Programa de Pós-Graduação em
Educação) - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2009.
FRANCISCO, Deise Juliana; MACHADO, Glaucio José Couri; AXT, Margarete. Ambientes Virtuais de Aprendizagem: Diálogo e Processos de Subjetivação. Disponível em http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt16/t164.pdf. Acesso em: 1/06/2011.
LEMOS, André. Ciber-cultura-remix. In: ARAÚJO, Denize Correa (org.). Imagem (Ir) realidade: comunicação e cibermídia. Porto Alegre: Sulina, 2006. p.t Disponível em: http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/remix.pdf

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
______. Educação e cibercultura, 2005. Disponível em <http:www.educação e cybercultura - LEVY, P_ Portal dos Fóruns de Educação de Jovens e Adultos.mht>. Acesso em 1/06/2011.
LIMA, Venício A. de. Mídia: teoria e prática.2. ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2001.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/50298/1/SUBJETIVIDADE-COMUNICACAO-E-APRENDIZAGEM-NO-CONTEXTO-DAS-COMUNIDADES-VIRTUAIS/pagina1.html#ixzz1QtdW4Zl7
Reflexão
A sociedade atual como “sociedade da informação”, permite-nos a criação de uma lógica comunicacional interativa, capaz de dinamizar a educação e desenvolver a autonomia. Através da integração de um conjunto de ferramentas informatizadas, tornou-se possível a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e também dos processos de ensino e aprendizagem, ampliando as possibilidades entre o real e virtual.
Em tempo real, é favorecida a construção de coletivos inteligentes, proporcionando uma efetiva disseminação, e ao mesmo momento a agilidade nas trocas de informações, estas sempre sendo atualizadas.
As comunidades virtuais de aprendizagem surgiram da interação e o convívio em redes de computadores, surgindo com total desprezo ao tempo e espaço, agindo rápido através do seu potencial de interatividade, o que vem inclusive a contemplar a necessidade do desenvolvimento crítico, da expressividade, da criatividade e capacidade de trabalho em grupo, contribuindo para o desenvolvimento nas relações sociais.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Casos de violência na actualidade

Casos de Violência envolvendo estudantes
É dificil analisar o fenómeno da violência, uma vez que encontramos algumas dificuldades, não apenas porque o fenómeno é complexo, mas, principalmente, porque nos faz refletir sobre o nosso trabaho, sobre os nossos pensamentos e sobre nossos sentimentos. Muitas vezes, a violência confunde-se, com agressão e/ou com indisciplina quando se manifesta no espaço escolar (Nogueira, 2003).
Pensamos que seja um erro fundamental, idealista e acreditar que definir violência, consista em aproximar-se o mais possível de um conceito claro. No entanto a captação de diferentes perspectivas possibilita a compreensão deste fenómeno, embora tendo em conta as mudanças através dos tempos e dos lugares.  Os profissionais de Educação, muitas vezes têm dificuldade  em distinguir os alunos agressivos dos indisciplinados, com violência.
Muitos investigadores demonstram alguma preocupação relativamente a casos de violência, em faixas etárias inferiores, relativas aos primeiros anos de escolaridade. Estima-se que, em torno de 5% a 35% de crianças em idade escolar, estão envolvidas de alguma forma em atos de agressividade e de violência na escola (Fante, 2002).
Baseado nos dados dos mais diversos países, pode-se afirmar que o fenómeno está presente em todas as escolas do mundo.   Apesar da gravidade deste fenómeno e da necessidade de reflexões, são poucos ainda os estudos existentes. Também Nogueira (2003) das teses e dissertações sobre «Escola e Violência» nos programas de Pós-Graduação em Educação, menciona que, dos trinta e seis trabalhos encontrados nesse período, nenhuma das pesquisas teve como objeto de estudo a questão da violência entre os pares ou bullying escolar. Daí, a necessidade de pesquisarmos sobre este fenómeno e de refletirmos sobre o mesmo, é urgente.
O bullying acontece entre jovens e crianças de todas as classes sociais. Há necessidade de ter algum cuidado para não patologizarmos os casos de violência entre pares.  É preciso avaliarmos a intensidade e o significado dessas atitudes. A observação atenta e constante, a parceria entre escola e a família são cruciais para a possível prevenção e eliminação de tais comportamentos.

BIBLIOGRAFIA
Andrews, T. (2000): Bullying at School, net, disponível no site <http://www.ed.gov/databases./eric_digest/ed407154.html> [Acesso em 13/01/2003].
Cerezo, F. R. (2001): La violencia en las aulas. Análisis y propuestas de intervención, Madrid, Pirámide.
Fante, c. a. z. (2001): Bullying escolar, in Violência nas escolas, Jornal Diretor udemo, ano V, n.º 02, março/2002, São Paulo. Dados sobre estudos realizados em cinco escolas da Rede Pública e Privada de Ensino em duas cidades no interior do estado de São Paulo.
— (2002): Estudos realizados em uma escola da Rede Pública em São José do Rio Preto. O estudo apresenta dados relativos ao primeiro semestre de 2002.
Nogueira, R. M. C. D. P. A. (2003). Escola e Violência: análise de Dissertações e Teses sobre o tema produzidas na area de Educação, no período de 1990 a 2000, dissertação (Mestrado em Educação), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Reflexão
 A escola surge, hoje mais do que nunca, como espaço privilegiado para conflitos, daí que seja necessário dotar todos os intervenientes das “ferramentas” necessárias para conseguirem ultrapassar estas situações de forma pacífica e harmonizadora. Neste espaço convergem múltiplos interesses e uma heterogeneidade de pessoas e culturas, sendo propício ao desenvolvimento do conflito. De facto, os conflitos fazem parte do quotidiano das escolas e são por isso inevitáveis. Para este fim, há que dotar os currículos de actividades comunitárias, centradas nos alunos, que visem a gestão da disciplina, o desenvolvimento social, emocional e académico harmonioso, incluindo tópicos como a gestão e resolução de conflitos, a gestão da fúria, a comunicação efectiva, valorizando-se a diversidade de opiniões e a redução de preconceitos.  É urgente criar uma cultura escolar, na qual estejam subjacentes competências sociais e emocionais que levem à redução de situações de violência e preconceitos, através da construção de relações equilibradas, promotoras de hábitos de vida saudável em comunidade. Para este fim, há que dotar os currículos de actividades comunitárias, centradas nos alunos, que visem a gestão da disciplina, o desenvolvimento social, emocional e académico harmonioso, incluindo tópicos como a gestão e resolução de conflitos, a gestão da fúria, a comunicação efectiva, valorizando-se a diversidade de opiniões e a redução de preconceitos. Assim, é necessário que os adultos funcionem como modelos, pondo em prática competências que visem a resolução de conflitos, evitando a escalada de atitudes violentas, promovendo ainda uma comunicação efectiva ou mesmo a metacomunicação.
Também, a comunicação social ao veicular as informações sobre as situações de conflito e violência têm como objectivo principal captar audiências, facto que, com certeza, enviesa a abordagem científica da problemática. Na maioria das vezes, esta abordagem pode ser mais uma análise representada do que violência ou conflito reais. Neste contexto é importante estar atenta e referir sobre a transmição de imagens de um aumento de violência social, que nem sempre são o resultado do aumento de violência, mas um aumento da acuidade social relativamente a certos tipos de violência.
Neste contexto, o estudo deste tema deu-me segurança a nível de conhecimentos nesta matéria.  Toda a investigação, estudo e reflexão efectuada permite-me agora, com mais segurança estar mais atenta e actuar de forma adequada.