sexta-feira, 25 de março de 2011

SITUAÇÃO DE AFILIAÇÃO

A afiliação é uma característica da espécie humana enquanto espécie gregária que procura a companhia de outros membros da mesma espécie criando melhores condições de sobrevivência e adaptação ao seu meio.
Para sobreviver o homem voltou-se  para o outros, desenvolvendo as capacidades de cuidar dos filhos e daqueles que estavam por perto e que necessitavam dele. Neste contexto cuidar do companheiro revelou ser a chave para a própria sobrevivência.
Os estudos de Bowlby e Ainsworth sobre as relações de vinculação estabelecidas na infância e sua importância para o desenvolvimento de competências para um relacionamento interpessoal, expressam com muita clareza a importância da afiliação para o desenvolvimento equilibrado do indivíduo.
No entanto também a afiliação pode acontecer em qualquer momento do ciclo de vida em que o indivíduo encontre no seu percurso novas figuras de vinculação que lhe possibilitem desenvolver relações emocionalmente próximas e provoquem alterações nos seus padrões de interacção social : será o que acontece, por vezes, nas nossas escolas, quando nas relações professor/aluno, o aluno consegue encontrar no professor condições para restabelecer a confiança em si mesmo e nos outros criando assim situações de afiliação.
Bibliografia:
FELDMAN, R.S. (2001), Compreender a Psicologia, Lisboa, McGraw-Hill
Reflexão
Situações similares, encontramos nós professores no nosso quotidiano, uma vez que a escola é o espaço priviligiado para criar e desenvolver relações interpessoais, através da socialização. Assim, com facilidade, encontramos situações de aceitação, rejeição, interdependência, reciprocidade e afiliação, para as quais temos que ter resposta.
O estudo deste tema, permitiu-me aprofundar os meus conhecimentos sobre o assunto e apurar a minha sensibilidade e atenção. Agora com mais segurança, mais conhecimento, mais sensibilidade, entenderei e abordarei certamente de forma mais correcta todos estes casos.


SITUAÇÕES DE INTERDEPENDÊNCIA

A interdependência pode ser compreendida em termos da mútua dependência que existe entre as partes e o todo. Sem as partes, não pode haver o todo e, sem o todo, o conceito de parte não tem sentido. A idéia de todo implica partes, mas cada uma dessas partes precisa ser considerada como um todo composto de suas próprias partes.
SITUAÇÃO OBSERVADA
  1. Porque é que no refeitório da escola as turmas tendem a agrupar-se, quando não são obrigados a fazê-lo?
  2. Porque é que no recinto escolar os alunos de agrupam?
  3. Porque é que na sala de professores, os professores se agrupam?
R: Situações de interdependência o justificam.

quinta-feira, 24 de março de 2011

SITUAÇÃO DE RECIPROCIDADE

O que é a reciprocidade?
De facto é um conceito pouco usado actualmente, porque a  grande maioria das pessoas gosta mais e sobretudo de receber, dificilmente está disponível para  dar.
Embora muitos não assumam verdadeiramente este facto, mas essa hipótese de correspondência múltipla é o desejo da maioria dos seres humanos. Esse princípio básico da qualidade recíproca permeia quase toda relação humana.
SITUAÇÃO OBSERVADA
Parece-me que no nosso quotidiano e em especial na escola, na sala de aula a reciprocidade está obrigatoriariamente presente. A própria palavra ensino-aprendizagem tem subjacente o conceito de reciprocidade, todos aprendem e todos ensinam.
Nesse sentido,  Paulo Freire em sua célebre citação "ninguém ensina ninguém", a docência é uma atividade pautada nos actos de ensinar e aprender e somente é possível que algo seja ensinado caso quem vai ensinar detenha tal conhecimento.

SITUAÇÃO DE ACEITAÇÃO PRESENCIADA EM MARÇO 2011

 A auto-percepção da aceitação materna está relacionada com a percepção da competência cognitiva, com a percepção da aceitação pelos pares e, ainda, com a aceitação sociométrica pelos pares. Assim, o contexto relacional importa, enquanto guia do comportamento social da criança, e na emergência do conceito e sentido do self. A família, pares, representações e percepções de si próprio influenciam a relação entre pares em diferentes aspectos, em particular na sua aceitação.
O poder da aceitação significa aceitar a outra pessoa da maneira que é, sem tentar mudá-la, assim como aceitamos nossa maneira de ser, com nossas falhas. Ao aceitarmos a outra pessoa pelo que ela é, e não como gostaríamos que fosse, a energia usada até agora para criticar pode ser utilizada para construir e alimentar o relacionamento.
SITUAÇÃO OBSERVADA
Numa das turmas do 7º ano integrada um aluno de étnia cigana, o Samuel.
De facto, no grupo turma, não se distingue dos demais, uma vez que naturalmente e progressivamente este aluno tem vindo a ser muito bem aceite pelo grupo.
Apesar de não ser o delegado de turma, é um lider de turma, no sentido positivo.
Esta semana decidiu-se criar um Blogue para a turma e por decisão dos colegas da turma, o Samuel ficou como coordenador dos trabalhos publicados fazendo a ponte com os Professores do Conselho de Turma.

Costa, M.E.&Matos, P.M.(2007). Abordagem Sistémica do Conflito; Lisboa; Universidade Aberta 

SITUAÇÃO DE REJEIÇÃO PRESENCIADA EM MARÇO 2011

A rejeição é uma atitude antagónica à aceitação e interfere no relacionamento interpessoal.
Uma situação de rejeição normalmente provoca no sujeito comportamentos menos sociáveis, menos amigáveis e menos afectuosos.
Em meio escolar a situação de rejeição normalmente  reflecte-se no aproveitamento escolar.
SITUAÇÃO OBSERVADA
Num dos blocos da aula de Matemática desta semana, foi proposto aos alunos realizarem uma tarefa matemática em pares.
Faz parte desta turma um aluno (José) com grandes dificuldades cognitivas, o que tem contribuido para o agravamente das relações com os colegas da turma.
Na aula de referência o par do Diogo faltou e nem o Diogo teve coragem de se integrar num dos grupos, nem nenhum dos grupos foi receptivo de forma voluntária à presença do Diogo no seu grupo.
Neste impasse, de facto complicado, foi necessária a intervenção dura da professora para que o aluno integrasse num dos grupos.

Costa, M.E.&Matos, P.M.(2007). Abordagem Sistémica do Conflito; Lisboa; Universidade Aberta 

sábado, 19 de março de 2011

Afiliação

Instinto gregário comum aos animais ditos sociais, como o Homem, que os leva a associar-se com os seus semelhantes, para satisfação de necessidades de, entre outras, comunicação, de apoio, de prestígio, de cooperação para alcançarem objectivos comuns. A afiliação é assim o factor responsável pela formação de grupos sociais - Processo de Afiliação.

Aceitação


A globalização trouxe às nossas escolas uma diversidade de culturas, etnias, religiões, contextos económicos, familiares e sociais e morais. Estas diferenças proporcionam a exclusão, no entanto a sociedade pede a aceitação do outro. Desenvolver e implementar programas de mediação de pares numa escola significa aceitar a complexidade que considera todas as experiências como multifacetadas.
Todavia, aceitação não significa que concordamos com o comportamento ou com as faltas da outra pessoa mas significa simplesmente aceitá-la tal como ela é como aceitamos nossa maneira de ser, com nossas falhas.

COSTA, M. e MATOS, P. (2007). Abordagem Sistémica do Conflito. Lisboa: Universidade Aberta.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aceita%C3%A7%C3%A3o

Reciprocidade

A vida baseia-se no acto de dar e receber, ou seja a reciprocidade é o princípio básico para todas as nossas relações.
Na nossa totalidade humana é praticamente impossível retribuir a tudo o que nos é dado, pelo menos de modo imediato. Este adjectivo seria muito melhor empregado em momentos em que não se espera nada em troca, onde a troca aconteça de modo surpreendente sem dia, nem hórario para acontecer.
Actualmente a reciprocidade está a dar lugar ao materialismo e à desconfiança.
Vivemos também, uma trepidante aceleração histórica, que nos obriga quase permanentemente a adaptarmo-nos a novas situações em que elementos de outras culturas são introduzidos na nossa. Ora, o ideal seria que não fossem sempre as mesmas culturas as dadoras. Pelo contrário, deveria haver uma partilha, pois não há culturas superiores nem culturas inferiores o que pode haver é sociedades mais desenvolvidas que outras, podendo ser úteis a outras mais atrasadas nesse domínio, que, certamente, terão outros aspetos, tais como valores, tradições, etc., que poderão trocar com as primeiras, assim todas as culturas são válidas e nos permitem aprendizagens. É este o verdadeiro sentido da reciprocidade cultural, em substituição da prática de assimilação das culturas minoritárias pelas culturas anfitriãs, transformando-as, frequentemente, em culturas minorizadas para conseguirem validar os seus propósitos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_da_reciprocidade

Rejeição

O sentimento de rejeição provoca a sensação de abandono e de depreciação que poderá afectar mais umas pessoas que outras. Provavelmente a maioria das pessoas, em algum momento das suas vidas já  vivenciou este sentimento.
 A rejeição é o sentimento de não sermos aceitos por alguém ou um grupo e até mesmo uma instituição.  A rejeição é uma ferida que nos leva a buscar aceitação deste alguém e, se não alcançamos isto,  podemos muitas vezes partir para a vingança. O procurar esta aceitação e não alcançar pode levar a uma intensa culpa  ou a uma ira descontrolada. Estar livre dela é estar livre para crescer sem culpa e sem raiva armazenadas.
No entanto, a rejeição pode ser real ou imaginária, sendo que a imaginária pode ser tão dolorosa como a real e pode ocorre em vários tipos de situações, como nos relacionamentos amorosos, na vida social, familiar ou até no trabalho.
Muitas vezes basta um estímulo pouco significativo para sensibilizar uma personalidade já predisposta a este tipo de sentimento. Normalmente trata-se de pessoas com baixa auto-estima. São afectivamente carentes e apresentam maior vulnerabilidade, já que desejam amor e aceitação a qualquer preço. Para estas pessoas uma crítica pode significar humilhação.
Nas relações amorosas a sensação de rejeição pode provocar sérias consequências. Ao iniciar um relacionamento, o medo da rejeição está sempre presente. Na medida em que a relação progride essa insegurança diminui. Porém, em pessoas predispostas, ocorre o inverso. O medo da rejeição leva à necessidade insaciável de segurança e tem o mesmo efeito da rejeição real. Qualquer atitude, um tom de voz, uma resposta que não goste, mobiliza o sentido de perda e abandono. Para qualquer um, o término de um relacionamento é desagradável. Pessoas emocionalmente maduras lamentam a perda, mas continuam. Pessoas imaturas, com baixa auto-estima, resistem à perda, reagem a ela como se perdessem a si mesmas e não ao outro.
A solução será encontrarem-se, ou seja, encontrarem-se a si mesmas, num trabalho de resgate da auto-estima que possibilite amarem-se a si próprias para poder amar e ser amada pelo outro.
Costa, M.E.&Matos, P.M.(2007). Abordagem Sistémica do Conflito; Lisboa; Universidade Aberta 
http://silverioperes.wordpress.com/2010/07/19/a-interressante-estoria-de-joao-rejeicao/

Interdependência

Quase sempre começamos a admirar a natureza pela beleza das suas espécies. Seja uma ave, um mamífero, um peixe, uma árvore florida ou um pequeno insecto. São inúmeros os exemplos de beleza que nos podem levar à contemplação da vida nas mais diversas formas, tanto na terra como na água. Num segundo momento admiramos a perfeição com que as espécies se relacionam na complexa teia da vida. A cada dia os pesquisadores encontram mais e mais exemplos de interdependência entre os seres vivos.
  A biodiversidade mostra-nos que por trás dela existe uma unidade. Cada parte colabora para o todo e o todo, com cada parte. O curioso é que cada espécie que compõe essa complexa e magnífica perfeição revela nas acções não intencionais os comportamentos mais colaborativos e — por que não dizer? — fundamentais para a conservação e renovação da vida.  
Por que será que nós, tão cheios de boas intenções, não conseguimos equilíbrios tão perfeitos como o que podemos observar numa floresta preservada?
Talvez justamente no dia que aprendemos a semear intencionalmente, e iniciamos a nossa agricultura, quisemos lançar um ‘grito de independência’. Com a capacidade de cultivar deixaríamos de ser controlados pela natureza. Não precisaríamos mais migrar em busca de alimentos. E passamos a enxergar florestas, campos, rios e mares como uma grande dispensa de onde retiramos o que precisamos.
Crescemos, multiplicamo-nos e o nosso crescimento se tornou justificativa para avançarmos mais e mais sobre os recursos naturais. As áreas naturais, que foram berço e um dia garantiram a existência humana, hoje tornam-se obstáculos à necessidade de expansão de nossa agricultura e pecuária.
Esquecemo-nos das leis que regem a vida. Diante delas tornamo-nos ‘foras-da-lei’, pois pretendemos que tudo no mundo esteja ‘ao nosso dispor’.
Na realidade, não podemos excluir-nos da biodiversidade, não podemos tornar-nos uma espécie de ‘bioadversidade’, ou seja, adversários da vida. Afinal, essa terra da gente não é só da gente. As nossas acções intencionais deveriam sempre  lembrar-nos disso...
http://eptv.globo.com/terradagente/NOT,0,0,333368,A+arvore+Inga+e+a+interdependencia+entre+os+seres+vivos+.aspx

domingo, 13 de março de 2011

Relações Interpessoais

Actualmente as mudanças ocorrem numa velocidade acelerada, aumentando a competição entre as pessoas. Deste movimento, surge a necessidade de desenvolver uma nova forma de estar, voltado para o trabalho em equipe e o desenvolvimento das pessoas.
Para entender o conceito de relações interpessoais é necessário definir o termo personalidade.
 Personalidade é o conjunto total de características que torna o indivíduo único e diferente dos outros. Revela-se através da conduta de uma pessoa e das relações dos demais perante essa conduta. Os factores que determinam a personalidade são: herança biológica, o ambiente e a idade.
 A base para a melhoria das relações interpessoais é a compreensão de que cada pessoa tem uma personalidade própria , que precisa ser respeitada e que cada um traz  consigo necessidades sociais, materiais e psicológicas que precisam ser satisfeitas, e que influenciam o seu comportamento.
 Assim, podemos conceituar relações interpessoais como  uma disposição interior, uma aceitação do outro que transparece no modo de falar, de olhar, na postura e, sobretudo, na forma de agir adequadamente.

sábado, 12 de março de 2011

Unidades Temáticas

Tema 1 - Debates sobre Relações Interpessoais

Tema 2 - Abordagem Comunicativa das Relações Interpessoais

Tema 3- Agentes, intencionalidades e contextos educativos

Tema 4 -Conflito e Bulling:  intervenção para o desenvolvimento na e da escola


Tema 5 - Comunidades, e actividade conjunta em cenários educativos virtuais

Significado de Portefólio e suas potencialidades

O uso de portefólios na educação constitui uma estratégia que tem procurado corresponder às necessidades de aprofundar o conhecimento sobre a relação ensino-aprendizagem, de modo a assegurar-lhe, a cada vez, melhor compreensão e mais elevados índices de qualidade.
O portefólio apresenta múltiplos aspectos e dimensões da aprendizagem, enquanto construção de conhecimentos e, desta, enquanto condição de desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes. Esta estratégia não apenas vai contribuir para uma estruturação inter-pessoal do conhecimento, como também vai facilitar, se desenvolvida ao longo de um período de tempo, a compreensão dos processos de ensino-aprendizagem. Através do uso do portfólio, podem-se tornar reconhecíveis, quer a natureza, quer a importância das relações interpessoais desenvolvidas nos processos de ensino-aprendizagem.
O seu uso promove o desenvolvimento reflexivo, estimula o processo de enriquecimento conceptual, fundamentar os processos de reflexão, garantir mecanismos de aprofundamento conceptual continuado, estimular a originalidade e criatividade individuais no que se refere aos processos de intervenção educativa contribuir para a construção personalizada do conhecimento para, em e sobre a acção, reconhecer-lhe a natureza dinâmica, flexível, estratégica e contextual e facilitar os processos de auto e hetero-avaliação.
“Portefólios são documentos personalizados do percurso de aprendizagem, são ricos e contextualizados. Contêm documentação organizada com propósito específico que claramente demonstra conhecimentos, capacidades, disposições e desempenhos específicos alcançados durante um período de tempo. Os Portefólios representam ligações estabelecidas entre acções e crenças, pensamento e acção, provas e critérios. São um meio de reflexão que possibilita a construção de sentido, torna o processo de aprendizagem transparente e a aprendizagem visível, cristaliza perspectivas e antecipa direcções futuras.” (Jones & Shelton, 2006: 18-19)
Referências:
Sá-Chaves, Idália. Portefólios Reflexivos, Estratégia de formação e de Supervisão. Cadernos Didácticos – Maio de 2000.