sexta-feira, 1 de julho de 2011

Reflexão final

Todo o trabalho desenvolvido ao longo deste semestre na Unidade Curricular de Relações Interpessoais, contribuiu para a evolução no desempenho da minha actividade profissional e para as relações interpessoais do meu quotidiano pessoal.
Não há dúvida que a escola, é um espaço priviligiado de socialização, onde as relações interpessoais se criam e desenvolvem continuamente, reflectindo a crise de valores que estamos a viver nos dias de hoje. Também as transformações sociais que de uma forma acelerada têm emergido nas últimas décadas originam situações de incerteza, insegurança e imprevisibilidade, sendo necessário ultrapassá-las, resolvendo-as, através de  estratégias eficazes e que poderão constituir-se como potenciais transformadores das relações humanas, numa perspectiva de evolução positiva. Para isso, temos que estar preparados para lidar com elas, resolvendo-as, através de estratégias construtivas e em ambientes favoráveis à aprendizagem. É na escola que se reflectem as atitudes que, na sua essência, correspondem a formas de se comportar perante a situações específicas no meio escolar, mas que acabam por, na sua generalidade, encontrar referências na sociedade.
 Este contexto, o meu percurso de aprendizagem nesta unidade curricular, proporcionou-me evoluir com segurança, de forma a lidar com situações diversas, como a de rejeição, interpependência, reciprocidade, aceitação, afiliação, a violência e o bullying no sentido de intervir, orientar e procurar resolver situações que nem sempre são de fácil resolução.
Foi necessário muita dedicação, coragem, alento, entusiasmo, persistência e trabalho o que se traduze numa sensação reconfortante, para conseguir tirar o melhor partido do que aprendi nesta unidade curricular, pois a falta de tempo para investigar, ler e estudar, foi sem dúvida, o principar obstáculo, com o qual tive que lidar para transformar os objectivos definidos inicialmente, em metas alcançadas.
Nesta reflexão final,quero agradeçer  à Professora Luísa Laires, por todo o apoio, orientação e compreensão e a todos os colegas, por tudo o que aprendi com eles, através da partilha de experiências, entreajuda e cooperação.A todos o meu muito obrigada.

domingo, 5 de junho de 2011

Relações Interpessoais em comunidades virtuais de aprendizagem

No paradigma actual, a internet oferece novas oportunidades para o estabelecimento de relações sociais. As ferramentas de comunicação da Internet adequam a um paradigma educacional mais actual que prioriza "a interacção social, a aprendizagem colaborativa e as comunidades de aprendizagem" Paiva(2006:2), como formas de construir colectivamente o conhecimento. Neste contexto, o professor e o aluno passam a ter uma postura mais activa, possibilitando interacção e a formação de comunidades. O ensino aprendizagem são integrados num processo contínuo, de criação conjunta de significados que contribuem para a construção de um discurso próprio do indivíduo Groux (1997) Bakhtin (1995).
No entanto a súbita acessibilidade a uma grande e diversificada quantidade de ferramentas de comunicação e de aprendizagem não se fez acompanhar do conhecimento pedagógico, para um eficaz e eficiente uso da Internet.
Segundo Levy (1993), a noção de espaço e tempo, vê-se hoje, totalmente transformada devido ao surgimento desse novo sistema que unifica o mundo em tempo presente e indeterminado. Levy acredita que por meio da informática, há a possibilidade de uma nova maneira de construir o desenvolvimento das pessoas e da sociedade.
Numa sociedade em rede e com tantas possibilidades comunicacionais, será possível a internet anular as relações pessoais?
Não me parece, o ser humano é um ser demasiado complexo para se restringir a um único canal de comunicação.

REFERÊNCIAS
CARVALHO, Jaciara de Sá. Redes e comunidades virtuais de aprendizagem: elementos para uma distinção. Dissertação. 196f. (Mestrado - Programa de Pós-Graduação em
Educação) - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2009.
FRANCISCO, Deise Juliana; MACHADO, Glaucio José Couri; AXT, Margarete. Ambientes Virtuais de Aprendizagem: Diálogo e Processos de Subjetivação. Disponível em http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt16/t164.pdf. Acesso em: 1/06/2011.
LEMOS, André. Ciber-cultura-remix. In: ARAÚJO, Denize Correa (org.). Imagem (Ir) realidade: comunicação e cibermídia. Porto Alegre: Sulina, 2006. p.t Disponível em: http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/remix.pdf

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
______. Educação e cibercultura, 2005. Disponível em <http:www.educação e cybercultura - LEVY, P_ Portal dos Fóruns de Educação de Jovens e Adultos.mht>. Acesso em 1/06/2011.
LIMA, Venício A. de. Mídia: teoria e prática.2. ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2001.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/50298/1/SUBJETIVIDADE-COMUNICACAO-E-APRENDIZAGEM-NO-CONTEXTO-DAS-COMUNIDADES-VIRTUAIS/pagina1.html#ixzz1QtdW4Zl7
Reflexão
A sociedade atual como “sociedade da informação”, permite-nos a criação de uma lógica comunicacional interativa, capaz de dinamizar a educação e desenvolver a autonomia. Através da integração de um conjunto de ferramentas informatizadas, tornou-se possível a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e também dos processos de ensino e aprendizagem, ampliando as possibilidades entre o real e virtual.
Em tempo real, é favorecida a construção de coletivos inteligentes, proporcionando uma efetiva disseminação, e ao mesmo momento a agilidade nas trocas de informações, estas sempre sendo atualizadas.
As comunidades virtuais de aprendizagem surgiram da interação e o convívio em redes de computadores, surgindo com total desprezo ao tempo e espaço, agindo rápido através do seu potencial de interatividade, o que vem inclusive a contemplar a necessidade do desenvolvimento crítico, da expressividade, da criatividade e capacidade de trabalho em grupo, contribuindo para o desenvolvimento nas relações sociais.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Casos de violência na actualidade

Casos de Violência envolvendo estudantes
É dificil analisar o fenómeno da violência, uma vez que encontramos algumas dificuldades, não apenas porque o fenómeno é complexo, mas, principalmente, porque nos faz refletir sobre o nosso trabaho, sobre os nossos pensamentos e sobre nossos sentimentos. Muitas vezes, a violência confunde-se, com agressão e/ou com indisciplina quando se manifesta no espaço escolar (Nogueira, 2003).
Pensamos que seja um erro fundamental, idealista e acreditar que definir violência, consista em aproximar-se o mais possível de um conceito claro. No entanto a captação de diferentes perspectivas possibilita a compreensão deste fenómeno, embora tendo em conta as mudanças através dos tempos e dos lugares.  Os profissionais de Educação, muitas vezes têm dificuldade  em distinguir os alunos agressivos dos indisciplinados, com violência.
Muitos investigadores demonstram alguma preocupação relativamente a casos de violência, em faixas etárias inferiores, relativas aos primeiros anos de escolaridade. Estima-se que, em torno de 5% a 35% de crianças em idade escolar, estão envolvidas de alguma forma em atos de agressividade e de violência na escola (Fante, 2002).
Baseado nos dados dos mais diversos países, pode-se afirmar que o fenómeno está presente em todas as escolas do mundo.   Apesar da gravidade deste fenómeno e da necessidade de reflexões, são poucos ainda os estudos existentes. Também Nogueira (2003) das teses e dissertações sobre «Escola e Violência» nos programas de Pós-Graduação em Educação, menciona que, dos trinta e seis trabalhos encontrados nesse período, nenhuma das pesquisas teve como objeto de estudo a questão da violência entre os pares ou bullying escolar. Daí, a necessidade de pesquisarmos sobre este fenómeno e de refletirmos sobre o mesmo, é urgente.
O bullying acontece entre jovens e crianças de todas as classes sociais. Há necessidade de ter algum cuidado para não patologizarmos os casos de violência entre pares.  É preciso avaliarmos a intensidade e o significado dessas atitudes. A observação atenta e constante, a parceria entre escola e a família são cruciais para a possível prevenção e eliminação de tais comportamentos.

BIBLIOGRAFIA
Andrews, T. (2000): Bullying at School, net, disponível no site <http://www.ed.gov/databases./eric_digest/ed407154.html> [Acesso em 13/01/2003].
Cerezo, F. R. (2001): La violencia en las aulas. Análisis y propuestas de intervención, Madrid, Pirámide.
Fante, c. a. z. (2001): Bullying escolar, in Violência nas escolas, Jornal Diretor udemo, ano V, n.º 02, março/2002, São Paulo. Dados sobre estudos realizados em cinco escolas da Rede Pública e Privada de Ensino em duas cidades no interior do estado de São Paulo.
— (2002): Estudos realizados em uma escola da Rede Pública em São José do Rio Preto. O estudo apresenta dados relativos ao primeiro semestre de 2002.
Nogueira, R. M. C. D. P. A. (2003). Escola e Violência: análise de Dissertações e Teses sobre o tema produzidas na area de Educação, no período de 1990 a 2000, dissertação (Mestrado em Educação), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Reflexão
 A escola surge, hoje mais do que nunca, como espaço privilegiado para conflitos, daí que seja necessário dotar todos os intervenientes das “ferramentas” necessárias para conseguirem ultrapassar estas situações de forma pacífica e harmonizadora. Neste espaço convergem múltiplos interesses e uma heterogeneidade de pessoas e culturas, sendo propício ao desenvolvimento do conflito. De facto, os conflitos fazem parte do quotidiano das escolas e são por isso inevitáveis. Para este fim, há que dotar os currículos de actividades comunitárias, centradas nos alunos, que visem a gestão da disciplina, o desenvolvimento social, emocional e académico harmonioso, incluindo tópicos como a gestão e resolução de conflitos, a gestão da fúria, a comunicação efectiva, valorizando-se a diversidade de opiniões e a redução de preconceitos.  É urgente criar uma cultura escolar, na qual estejam subjacentes competências sociais e emocionais que levem à redução de situações de violência e preconceitos, através da construção de relações equilibradas, promotoras de hábitos de vida saudável em comunidade. Para este fim, há que dotar os currículos de actividades comunitárias, centradas nos alunos, que visem a gestão da disciplina, o desenvolvimento social, emocional e académico harmonioso, incluindo tópicos como a gestão e resolução de conflitos, a gestão da fúria, a comunicação efectiva, valorizando-se a diversidade de opiniões e a redução de preconceitos. Assim, é necessário que os adultos funcionem como modelos, pondo em prática competências que visem a resolução de conflitos, evitando a escalada de atitudes violentas, promovendo ainda uma comunicação efectiva ou mesmo a metacomunicação.
Também, a comunicação social ao veicular as informações sobre as situações de conflito e violência têm como objectivo principal captar audiências, facto que, com certeza, enviesa a abordagem científica da problemática. Na maioria das vezes, esta abordagem pode ser mais uma análise representada do que violência ou conflito reais. Neste contexto é importante estar atenta e referir sobre a transmição de imagens de um aumento de violência social, que nem sempre são o resultado do aumento de violência, mas um aumento da acuidade social relativamente a certos tipos de violência.
Neste contexto, o estudo deste tema deu-me segurança a nível de conhecimentos nesta matéria.  Toda a investigação, estudo e reflexão efectuada permite-me agora, com mais segurança estar mais atenta e actuar de forma adequada.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Bullying da Escola

"Abordar a agressividade em contexto escolar, implica analisar e envolver todos os fenómenos interrelacionados e todos os intervenientes institucionais. A agressividade não ocorre no vazio, insere-se num grupo, numa escola, numa teia de comunicação. Esta visão sistémica põe em evidência as redes de comunicação estabelecidas entre indivíduos, dotados de racionalidade e estratégias próprias, opondo-se a uma visão linear e causalista" (Santos 2004).
O Bullying pode ocorrer em qualquer contexto, no qual seres humanos interajam. Não se trata de uma zanga de amigos, nem de uma cena de ciúmes, mas de um fenómeno de agressividade em que há a intenção de afligir a vítima. Na escola o comportamento agressivo entre estudantes é um problema  mundial tradicionalmente admitido como natural e frequentemente ignorado ou não valorizado pelos adultos. Todavia, o Bullying entre estudantes, é definido como um acto agressivo intencional e repetido, provocado por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, executado dentro de uma relação desigual de poder, seja por idade, desenvolvimento físico ou relações com o grupo.
Para evitar este fenómeno mundial, há necessidade de investir na prevenção e estimular a discussão aberta com todos os actores, uma vez que é no campo pedagógico que a violência  pode ser resolvida, ou pelo menos prevenida. Assim, os professores têm um papel muito importante na prevenção que passa pela observação e atenção a quebras bruscas do rendimento escolar, desenvolvendo na sala de aula, um ambiente favorável `comunicação e incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito pelas diferenças.
Assim, avaliar a evolução das aprendizagens não é suficiente. É necessário que o professor esteja atento, para perceber e monitorizar as habilidades ou possíveis dificuldades que existam no convívio social com os colegas. A estratégia deve estar centrada na promoção das competências sociais e na formação cívica e educativa dos alunos.
Assim, torna-se fundamental o envolvimento dos professores, funcionários, pais e alunos para implementação de projectos de redução do Bullying nas escolas, estabelecendo normas, directrizes e acções coerentes.
Neste contexto, os professores deverão lidar e resolver efectivamente os casos de Bullying, enquanto as escolas devem aperfeiçoar as técnicas de intervenção e procurar articular com outras instituições, como por exemplo, centros de saúde, redes de apoio social e outras.
Sites e artigos consultados:
http://www.dgsaude.pt
http://www.bullyonline.org/
http://www.violência.online.pt
Beane,A.L. (2006) A sala de aula sem Bullying. Porto Editora
Carvalhosa, S.F., Matos, M. G.$ Lima, L. (2002). Bullying-A provocação/vítima entre pares no contexto escolar português.

sábado, 14 de maio de 2011

O fenómeno Bullying


O Bullying é um fenómeno mundial sendo este termo de origem inglesa  utilizado universalmente para descrever actos de violência. A violência, pode ser física ou psicológica, intencional e repetitiva que ocorre sem motivação evidente. É mais do que um acto ocasional de raiva, é uma intimidação regular e persistente que fere a integridade e confiança da vítima. Geralmente estes actos de violência são praticados por um jovem, ou grupo de jovens com problemas emocionais e com dificuldades em fazer amigos. São oriundos de famílias desestruturadas, caracterizadas como tendo pouco carinho/afecto entre os seus membros, com problemas em partilhar os seus sentimentos. Também os seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Estes agressores geralmente têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar.O seu objectivo é intimidar ou agredir a vítima incapaz de se defender.
As vítimas não são provenientes de famílias conflituosas, não sabem reagir quando são provocadas e como têm uma auto-estima baixa acreditam nos insultos que lhes são dirigidos, são alvos fáceis porque levam a sério as injúrias do agressor, ficando fragilizadas, amedrontadas e dificilmente conseguem estabelecer novas relações de confiança. Acaba por se calar e isolar-se dos outros na tentativa de minimizar o seu sofrimento. Dependendo da estrutura psicológica da vítima, o Bullying poderá dar origem a ansiedade, tensão, medo, raiva, angústia, tristeza, desgosto, sensação de rejeição, desejo de vingança,, pensamento suicida, entre outros.
São vários os locais onde ocorre, como por exemplo nas escolas, nas bibliotecas, nas salas de informática,  no local de trabalho e entre vizinhos.
Neste contexto,  os agressores têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adoptar, inclusive, atitudes delinquentes ou criminosas.

Sites e artigos visitados:
http://www.bullyingonline.org/
http://www.stopbullyingnow.com/
http://violencia.online.pt
www.bullying.com.br/
Carvalhosa, S. F.,Matos, M.G.& Lima, L (2002). Bullying-A provocação/vítima entre pares no contexto escolar português.Análise Psicológica, 4 (XX)



sábado, 7 de maio de 2011

A tutoria em contexto escolar

Muitos alunos são oriundos de meios sociais desfavorecidos, com famílias desestruturadas, com baixas expectativas em relação ao contributo que as aprendizagens escolares poderão representar no projecto de vida dos seus educandos. Por vezes os alunos trazem já retenções logo nos primeiros anos de escolaridade, o que dificulta a conclusão da escolaridade obrigatória bem sucedida na idade convencional. Nestes casos os alunos necessitam de um apoio e acompanhamento, afectivo e pedagógico, individualizado, sistemático e regular. Compete então à Escola assegurar o cumprimento da escolaridade obrigatória, combater a exclusão e reduzir o absentismo.
Neste casos o professor tutor terá um papel importante ao ajudar na diminuição dos factores de risco dos alunos e no incremento de factores de protecção, nos domínios da aprendizagem e das condutas pessoal e sociaL, potencializando, deste modo, o seu bem estar e a adaptação às expectativas académicas e sociais.
Este professor tutor deverá ser escolhido entre os restantes professores da turma, atendendo sobretudo ao seu perfil, nomeadamente ter formação especializada no âmbito da orientação educativa. Cabe-lhe a tarefa de assegurar a eficiência do processo e a eficácia da aprendizagem. Também promove a integração do aluno na escola e na sociedade, apoiando no desenvolvimento de acções de socialização, acompanmhamento e orientação, que possam conduzir à concretização de um projecto de vida.
Bibliografia:
Azevedo, Nair Rios & Nascimento, Ana Teresa Brito (2007). Modelo de Tutoria: construção dialógica de sentido. interacções.Vol.3,Nº7.Pp.97-115. ISSN 1646-2335. Consultado em janeiro, 2010.
Guia prático para a mudança positiva”, col. Ficheiros Pedagógicos, Ed. AsaLopes, João A. (2001), “Problemas de Comportamento, de Aprendizagem e Problemas de “Ensinagem”, col. Nova Era, Educação e Sociedade nº6, Quarteto Ed.Rief, F e Heimburgo, Julie (2000), “Como ensinar todos os alunos na sala de aula inclusiva”, II vol., col. Educ. Especial, nº12, Porto Editora


Perspectiva dialógica das interacções em contexto de sala de aula


As interações entre professor e aluno em sala de aula constituem o foco principal do processo de aprendizagem, pois favorecem o surgimento de funções psicológicas mais sofisticadas, tornando-se factor essencial para a mediação de signos e instrumentos na construção de sistemas simbólicos que irão contribuir para o processo de construção do conhecimento (Araújo, 1995). Neste contexto também Vygotsky (1989) referindo-se aos processos de internalização defende que as funções mentais superiores ocorrem em dois momentos consecutivos primeiro ao nível das interações sociais ou inter-individuais, e segundo ao nível intra-psiquíquico. Este processo representa o principal mecanismo de transmissão da cultura e inserção do indivíduo no universo de significados e valores típicos do grupo social de que faz parte. Segundo o mesmo autor é a relação com o próximo que permite ao sujeito a construção do seu conhecimento e  desenvolvimento.  Tendo por base a interacção e as condições a sua maturação, assim como a qualidade dessas interacções que experimenta ao longo de sua vida, sendo a interacção em contexto escolar um grande contributo para o desenvolvimento humano. Desta forma, novas funções vão sendo desenvolvidas de maneira diferente quando a interação ocorre em espaços com características diferentes.
 As rápidas mudanças ocorridas na sociedade e o grande volume de informações estão refletindo-se no ensino, exigindo, desta forma, que a escola não seja uma mera transmissora de conhecimentos, mas que seja um ambiente estimulante, que valorize a invenção e a descoberta, que possibilite à criança percorrer o conhecimento de maneira mais motivada, crítica e criativa, que proporcione um movimento de parceria, de trocas de experiências, de afectividade no acto de aprender e desenvolver o pensamento crítico reflexivo.

Também a integração dos computadores nas escolas, vista como uma dinâmica de interacção, como um ambiente rico para a mediação entre sujeitos, oferece condições para envolver as crianças e estimular a investigação e a interacção.

BIBLIOGRAFIA :

GALVÃO, IZABEL.  Henri Wallon: uma concepção  dialética   do desenvolvimento infantil.  7ª.ed.  Petrópolis, RJ : Vozes, 2000.(Educação e conhecimento). 134 p.
LA TAILLE, YVES DE; OLIVEIRA, MARTA KOHL DE.  Piaget,     Vygotsky,   Wallon :  teorias psicogenéticas em discussão.  São Paulo : Summus.
Reflexão
Actualmente, com a massificação das escolas, aumentaram também os  problemas. A consequente necessidade de um relacionamento de carácter multicultural entre os actores do espaço escolar obriga a uma procura incessante de resolver os problemas comunicacionais existentes. Estes problemas de comunicação entre pares podem-se traduzir em conflitos aos quais urge mediar a sua resolução. Se eles acontecem entre docentes e alunos podem manifestar-se na forma de insucesso escolar. Será necessário estabelecer relações comunicacionais entre todos, com o objectivo de promover uma educação que potencie os horizontes culturais dos alunos, originando novas necessidades de aprendizagem e tendo como finalidade o desenvolvimento das suas individualidades.
Todavia, na Escola, há tendência para se multiplicarem as atitudes,  que têm uma correspondência a condutas similares encontradas na própria sociedade.
A comunicação é um processo em que relações, identidades, padrões culturais e valores são elaborados e transformados, tendo a escola como sistema interventor responsabilidade nessa transformação.
As aprendizagens dos alunos são desenvolvidas pela interacção com a sociedade, a partir das condições de vida e educação que cada um tem, e que podem ser alteradas ou surgirem novas necessidades de aprendizagem ao longo do processo de escolarização.
Dessa forma, aprendizagem e desenvolvimento não podem ser considerados nem um único processo, nem dois processos independentes, mas sim dois processos onde se estabelecem relações complexas.Vygotsky (2000). São essas relações que irão impulsionar, o desenvolvimento ou seja a construção do conhecimento.

domingo, 24 de abril de 2011

Abordagem dialógica das interacções em contextos educativos

A escola actualmente tem necessidade de responder aos desafios que lhe são colocados no sentido de se confrontar com uma população cada vez mais heterogénea, fruto das mudanças inerentes ao mundo actual. Pretende-se que a escola garanta a educação integral e contribua para um processo de igualdades de oportunidades nos processos de aprendizagem.
Perante a necessidade de adaptação da escola a esta nova realidade vêm-se implementando modelos de apoio diversificados, entre os quai se situam os sistemas de tutoria. É neste contexto que surge a figura do tutor, como resposta à diversidade populacional da escola será uma das mais complexas e importantes formas de apoio. Assim, o tutor surge como alguém que é capaz de potenciar o projecto e sentido de vida daquele que acolhe, contribuindo para que todas as suas potencialidades sejam despertas e estimuladas. Este só fará sentido pela co-construção alicerçada num projecto dialógico em que como afirma Freire (1994, citado por Mello, 2002), a "unidade na diversidade" é alcançada. Também o educador social fará a mediação entre a escola, a família e a comunidade, propondo medidas que sustentem a diversificação de estratégias e métodos diversificados.
Por sua vez é o Conselho de Turma que deverá dar início ao processo. Esta sinalização é comunicada ao director de turma que encaminhará para os Serviços de Psicologia e Orientação da escola, passando-se á fase de diagnóstico. No âmbito do diagnóstico  realizado pelo psicólogo, que permite avaliar a situação. Assim atendendo à natureza do problema do problema os referidos elementos da equipa darão conhecimento às redes sociais que poderão intervir. Depois de definido o plano o educador social há que fazer o trabalho com os pais.
Alarcão, I, (1996). Reflexão crítica sobre o pensamento de D. Schon e os programas de formação de professores. In I. Alarcão (Org), Formação Reflexiva de Professores. Estratégias de Supervisão. Porto:Porto Editora.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Os planos de acção tutorial na perspectiva de Vygotskiana

Lev Vygotsky

Vygotskiana foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interacções sociais e condições de vida. Costumava analisar de forma crítica outras realidades.  Morreu em 1934, vítima de tuberculose, aos 37 anos.
As suas obras incluem alguns conceitos que ocupam lugar de destaque na área do desenvolvimento e da aprendizagem. Um deles é “Zona de Desenvolvimento Proximal” (ZDP), que se relaciona com a diferença entre o que a criança consegue realizar sozinha e aquilo que, embora não consiga realizar sozinha, é capaz de aprender e fazer com a ajuda de um adulto. A ZDP é tudo o que a criança pode adquirir em termos intelectuais quando lhe é dado oportunidade.
Vygotsky particulariza o processo de ensino e aprendizagem, colocando aquele que aprende e aquele que ensina numa relação interligada.
As aplicações recentes da obra deste autor à educação explicam a aprendizagem e os princípios pedagógicos tais como, os processos de exemplificação e orientação dos adultos, a criação de situações pedagógicas que permitam ao aprendente desenvolver capacidades e progredir com sucesso.
Para o autor todo o conhecimento é construído socialmente, na âmbito das relações humanas, defendendo que o desenvolvimento da inteligência, é produto de convivência.
O papel dos adultos, segundo Vygotsky, prende-se com a função de auxiliar no desenvolvimento destas capacidades. Para adquirir os conceitos da literacia, são propostos 4 passos pedagógicos: o envolvimento natural, no qual os educadores criam oportunidades para os alunos explorarem as actividades da literacia; a aprendizagem mediada, onde se verifica o apoio do adulto; a actividade externa, que são as aprendizagens dirigidas à criança com a ajuda de materiais de apoio e finalmente a aprendizagem interna ou independente, que surge quando os alunos podem ligar os conceitos aprendidos a outros que se relacionam.
Para o autor, o lugar das crianças, mesmo as com necessidades especiais é na escola, onde encontrará condições para o desenvolvimento das estruturas do pensamento e da linguagem.
Vygotski considerou precocemente ideias que são hoje muito actuais e fundamentam uma concepção de educação inclusive, tendo que a escola hoje uma população cada vez mais heterogenia.
Neste contexto surge a figura do professor tutor para servir a diversidade, ajudando a diminuir os factores de risco nas escolas e no incremento de factores de protecção, nos domínios da aprendizagem e das condutas pessoal e social. A toturia escolar, orientada para servir a diversidade, constitui-se como uma das garantias do bem estar e do desenvolvimento integral da criança ou do jovem, apoiando no desenvolvimento de acções de socialização, acompanhamento e orientação que possam conduzir à concretização de um projecto de vida.
  • BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre (RS): Artes Médicas, 1998
  • LA TAILLE, Yves de; KOHL, Marta O.; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vigotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão.
  • MARTINS, Margarida A. e NIZA, Ivone (1998) Modelos de Escrita in Psicologia da Linguagem Escrita, Lisboa, Universidade Aberta.
  • OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sóciohistórico (2a. ed.). São Paulo: Scipione, 1995.
  • OLIVEIRA, Marta Kohl de. Pensar a Educação: Contribuições de Vygotsky. In: Piaget-Vygotsky: novas contribuições para o debate. São Paulo: Ática, 1988.

  

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O interaccionismo simbólico e a Escola de Palo Alto

As transformações  sociais que têm acontecido nas últimas décadas atingem inevitavelmente as relações humanas, reflectindo-se em atitudes de intolerância, egocentrismo, incapacidade de saber ouvir e respeitar o outro, formando um conjunto de obstáculos à comunicação.
Recebemos informações em diferentes contextos de socialização e a sua organização depende dos significados que cada um de nós lhe atribui. Perante a nossa experiência que se vai complexificando ao longo da nossa vida potencia-nos com uma capacidade descriminatória que nos permite diferenciar estímulos e ajustar comportamentos, isto é, o desenvolvimento de competências de relacionamento connosco e com os outros. 
A escola é o espaço priviligiado para promover momentos de contacto formal e informal definindo com clareza a relações formais a estabelecer entre os órgãos e pessoas da escola. A comunicação é também forma de conhecer e/ou estar atento às relações que existem no seio da organização, possibilitando o agir de forma mais fundamentada. Todavia os sistemas estão hierarquicamente organizados, por exemplo uma turma que por sua vez fazem parte de um sistema mais alargado que é a escola. Assim, é na escola que o significado dos seus alunos, professores, turmas, pode ser entendido e em que o comportamento de cada um afecta os outros.
Em contexto escolar, existe a tendência para um certo desequilíbrio nas relações interpessoais tanto professor/alunos como entre os pares.
Neste contexto deve definir-se com clareza aquilo que se espera das relações estabelecidas no seio da sala de aula, da turma e da escola. Para que fique clara a posição hierárquica dos intervenientes e para que o professor compreenda com mais clareza as atitudes dos alunos.  Neste sentido era de facto, importante ter-se isto em conta aquando da  formação inicial de professores, uma vez que se têm verificado graves problemas nas escolas. Assim, a criação de programas para o desenvolvimento pessoal de professores e também pais para se dotarem de competências de auto-observação e auto-reflexibilidade e de competências de promoção de ambientes seguros de cooperação constituiam-se uma mais valia.
 O aumento do número de situações de conflito, e que se tentava resolver com acções individuais penalizando sempre o aluno e desresponsabilizando o professor e a sua acção na sala de aula tem aumentado nos últimos tempos.
Torna-se também necessário implementar novas metodologias de trabalho com os alunos, que centrem neles próprios o processo de aprendizagem, permitindo desenvolver competências sociais, de comunicação, de adaptação a novas situações e assim aumentar a motivação e consequentemente diminuir as situações de conflito.
A origem deste problema está, quando um professor funciona ao mesmo nível dos seus alunos é porque as hierarquias e fronteiras não estão bem definidas e claras entre ambos. A relação entre aluno e professor é feita de espectativas (efeito Pigmaleão) que podem melhorar ou piorar o resultado dos alunos, uma vez que todo o comportamento é comunicação.
Assim, escolas, turmas, professores e alunos fazem parte de uma estrutura complexa, em que qualquer problema, mesmo que individual, implica comportamentos adaptativos no sistema na sua totalidade. Quando isto não acontece é porque não houve investimento pessoal, desenvolvendo-se identidades difusas que não activam a capacidade de auto-organização.
Há necessidade de um comportamento transaccional equilibrado baseado na ideia que todos somos diferentes e que fazemos parte de um contexto de interacções simbólicas que não são percepcionadas do mesmo modo por todos os actores contextuais. Aprender a viver e a conviver com os outros é algo que acontece num contínuo de vivências e convivências desde a infância até à morte, por isso, a atitude mais eficaz é que num trabalho conjunto, os principais responsáveis pela socialização dos mais jovens compreendam as necessidades de segurança destes, assumam uma estratégia de aproveitar as oportunidades para a construção de relações positivas e que sejam modelos que reforcem comportamentos pós-sociais.
Bibliografia 
Costa, M.E.&Matos, P.M.(2007). Abordagem Sistémica do Conflito; Lisboa; Universidade Aberta 
Matta, Isabel (2001). Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem; Lisboa ; Universidade Aberta 
Reflexão
 De facto, o interacionismo simbólico, com origem na psicologia social e na sociologia, é uma corrente de pensamento que analisa as interações baseadas na simbologia individual considerando que é ela que dá um sentido à acção individual. Em contexto escolar, as interações fazem parte do quotidiano dos alunos e professores e é em função das vivências de cada um e da forma como interpretamos as ações dos outros, que vamos interpretando a realidade à nossa volta, utilizando uma simbologia que servirá de referência para a nossa ação. Todavia com o tempo, os significados podem sofrer alterações, é aqui que o professor deve actuar, principalmente quando a simbologia que os alunos têm interiorizada não é a mais saudável para o seu desenvolvimento integral. Assim, através do diálogo, o professor poderá provocar a mudança de comportamentos.
Neste contexto, segundo o modelo da Escola de Palo Alto, uma interacção está ligada à presença simultânea de actores sociais em uma mesma situação. A presença do outro afecta-nos, consequentemente, isto significa que toda a relação humana necessariamente implica uma actividade conjunta e recíproca.

domingo, 10 de abril de 2011

Interacionismo Simbólico

O Interaccionismo pode ser entendido como uma escola da microsociologia, além de constituir tanto uma perspectiva teórica, quanto uma orientação metodológica dentro da psicologia social e teve a sua origem na década de 1930 na Escola de Chicago.
Surgiu em oposição às teorias sociológicas de caráter totalizantes, como o Funcionalismo, que concebe as relações e acções sociais como derivadas das normas e regras sociais pré-estabelecidas.
O foco desta teoria concentra-se, justamente, nos processos de interação social que ocorrem entre indivíduos ou grupos - mediados por relações simbólicas.
Segundo a proposição de Hegel, por exemplo, e de outros filósofos que escreveram sobre a linguagem, o mundo simbólico só se constrói por meio da interacção entre duas ou mais pessoas e, portanto, o simbolismo não é resultado de interação do sujeito consigo ou mesmo de sua interação com um simples objeto. Apesar de ser um sentido individual e uma base para todos e quaisquer sentidos que cada um dá às suas próprias acções, ela é fundada nas interações do indivíduo, ou naquilo que o "eu" faz sendo regulado pelo que "nós" construímos socialmente.
Blumer, um estudioso e intérprete de Mead, e criador do termo "interacionismo simbólico", pôs em evidência as principais perspectivas dessa abordagem: as pessoas agem em relação às coisas baseando-se no significado que essas coisas tenham para elas e esses significados são resultantes da sua interação social e modificados por sua interpretação.
Sociólogos que trabalham nessa linha pesquisaram uma extensiva gama de tópicos utilizando uma variedade de métodos de investigação. As áreas da sociologia que foram mais influenciadas pelo interacionismo simbólico incluem a sociologia das emoções, comportamento desviante / criminologia, comportamento coletivo / movimentos sociais e a sociologia da vida sexual.


  • BERGER, PETER; LUCKMANN, THOMAS. A construção social da realidade. Petrópolis, RJ, Vozes, 1974




  • FARR, ROBERT. M. As raízes da psicologia social moderna. RJ, Vozes. 2008


  • JUNG CARL G. (org.). O homem e seus símbolos. RJ, Nova Fronteira, 2008




  • FREUD SIGMUND. Dois verbetes de enciclopédia (1923). Ed Standard das obras completas de S. Freud. Vol. XVII RJ Imago, 1970





  • A Escola de Palo Alto - Califónia

    Foto: Gregory Barteson

     Esta  Escola surgiu nos Estados Unidos, Califórnia. Também chamada de Colégio Invisível, inicia os seus estudos em 1942, impulsionada pelo antropólogo Gregory Barteson.
    O Modelo de Palo Alto tem origem nos anos 1980, na sequência dos trabalhos realizados nesta escola. Segundo o modelo criado, uma interacção está ligada à presença simultânea de actores sociais numa mesma situação. A forma como nos relacionamos uns com os outros, quer seja através de escrita, oralidade, atitudes, gestos e mesmo a forma de vestir e comunicar, são aspectos que temos que ter em conta. Isto quer dizer que não existe "um acto individual", mas sim "acto social". Isto leva-me a reflectir sobre a noção sistémica de que nada é isolado e que qualquer acção terá repercussões sobre todo o sistema.
    Os estudiosos da Escola de Palo Alto contrapõem-se com o “modelo linear e telegráfico”, desenvolvido pela teoria matemática. Eles tentam aplicar outro modelo que é o circular retroativo, do qual a voz do receptor tem grande importância tanto quanto a do emissor. O princípio da retroação e feedback do esquema circular foi criado por Norbert Wiener (1948), um dos estudiosos da teoria matemática. Bateson e seus seguidores da Escola de Palo Alto acreditavam que a comunicação deveria ser estudada a partir de um modelo próprio, das ciências humanas, e não através de lógicas matemáticas.
    No contexto de sala de aula, é pertinente definir com clareza, logo de início, aquilo que se espera das relações estabelecidas, para que fique clara a posição hierarquica do professor perante os alunos.
    Neste contexto, ser bom ou mau professor é ter um comportamento que corresponda às expectativas que a comunidade tem de nós próprios. 
    Muitas vezes, o processo de socialização que o aluno teve ou tem, nomeadamente na família, não lhes desenvolveu as competências para perceber que os outros têm expectativas quanto ao seu comportamento na escola. Ao agir de uma forma que corresponde às expectativas do seu grupo, viola as expectativas de quem está numa instituição que valoriza outro tipo de actos e reprime as acções em causa, gerando assim conflitos. Assim, o trabalho do professor é de comunicação verbal e não verbal, constante. Por isso a escolha de uma boa estratégia de comunicação é fundamental para que o que se pretende transmitir tenha sucesso.
    Neste contexto, os aspectos comunicacionais na sala de aula é de primordial importância, no entanto muitas vezes, não lhe é dada a devida importância quando se planifica. 
    Assim, dada a sua pertinência deveria ser dada uma atenção especial na formação inicial de professores de forma a despertar o interesse e a sensibilidade, para a necessidade de considerar além da comunicação formal a informal com o forma de conhecer e estar atenta às relações, permitindo-lhes agir de forma fundamentada.

    http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0080-62342005000100014&script=sci_arttext&tlng=pthttp://educacao.uol.com.br/sociologia/interacionismo-simbolico-fundamentos.jhtm
    http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/52.pdf
    http://www.lib.uchicago.edu/projects/centcat/centcats/fac/facch12_01.html
    http://www.brocku.ca/MeadProject/Mead/pubs2/mindself/Mead_1934_toc.html
     http://www.faculdadesocial.edu.br/dialogospossiveis/artigos/7/06.pdf
    http://cyberdemocracia.blogspot.com/2007/07/interaccionismo-simblico-e-comunicao.html

    sexta-feira, 25 de março de 2011

    SITUAÇÃO DE AFILIAÇÃO

    A afiliação é uma característica da espécie humana enquanto espécie gregária que procura a companhia de outros membros da mesma espécie criando melhores condições de sobrevivência e adaptação ao seu meio.
    Para sobreviver o homem voltou-se  para o outros, desenvolvendo as capacidades de cuidar dos filhos e daqueles que estavam por perto e que necessitavam dele. Neste contexto cuidar do companheiro revelou ser a chave para a própria sobrevivência.
    Os estudos de Bowlby e Ainsworth sobre as relações de vinculação estabelecidas na infância e sua importância para o desenvolvimento de competências para um relacionamento interpessoal, expressam com muita clareza a importância da afiliação para o desenvolvimento equilibrado do indivíduo.
    No entanto também a afiliação pode acontecer em qualquer momento do ciclo de vida em que o indivíduo encontre no seu percurso novas figuras de vinculação que lhe possibilitem desenvolver relações emocionalmente próximas e provoquem alterações nos seus padrões de interacção social : será o que acontece, por vezes, nas nossas escolas, quando nas relações professor/aluno, o aluno consegue encontrar no professor condições para restabelecer a confiança em si mesmo e nos outros criando assim situações de afiliação.
    Bibliografia:
    FELDMAN, R.S. (2001), Compreender a Psicologia, Lisboa, McGraw-Hill
    Reflexão
    Situações similares, encontramos nós professores no nosso quotidiano, uma vez que a escola é o espaço priviligiado para criar e desenvolver relações interpessoais, através da socialização. Assim, com facilidade, encontramos situações de aceitação, rejeição, interdependência, reciprocidade e afiliação, para as quais temos que ter resposta.
    O estudo deste tema, permitiu-me aprofundar os meus conhecimentos sobre o assunto e apurar a minha sensibilidade e atenção. Agora com mais segurança, mais conhecimento, mais sensibilidade, entenderei e abordarei certamente de forma mais correcta todos estes casos.


    SITUAÇÕES DE INTERDEPENDÊNCIA

    A interdependência pode ser compreendida em termos da mútua dependência que existe entre as partes e o todo. Sem as partes, não pode haver o todo e, sem o todo, o conceito de parte não tem sentido. A idéia de todo implica partes, mas cada uma dessas partes precisa ser considerada como um todo composto de suas próprias partes.
    SITUAÇÃO OBSERVADA
    1. Porque é que no refeitório da escola as turmas tendem a agrupar-se, quando não são obrigados a fazê-lo?
    2. Porque é que no recinto escolar os alunos de agrupam?
    3. Porque é que na sala de professores, os professores se agrupam?
    R: Situações de interdependência o justificam.

    quinta-feira, 24 de março de 2011

    SITUAÇÃO DE RECIPROCIDADE

    O que é a reciprocidade?
    De facto é um conceito pouco usado actualmente, porque a  grande maioria das pessoas gosta mais e sobretudo de receber, dificilmente está disponível para  dar.
    Embora muitos não assumam verdadeiramente este facto, mas essa hipótese de correspondência múltipla é o desejo da maioria dos seres humanos. Esse princípio básico da qualidade recíproca permeia quase toda relação humana.
    SITUAÇÃO OBSERVADA
    Parece-me que no nosso quotidiano e em especial na escola, na sala de aula a reciprocidade está obrigatoriariamente presente. A própria palavra ensino-aprendizagem tem subjacente o conceito de reciprocidade, todos aprendem e todos ensinam.
    Nesse sentido,  Paulo Freire em sua célebre citação "ninguém ensina ninguém", a docência é uma atividade pautada nos actos de ensinar e aprender e somente é possível que algo seja ensinado caso quem vai ensinar detenha tal conhecimento.

    SITUAÇÃO DE ACEITAÇÃO PRESENCIADA EM MARÇO 2011

     A auto-percepção da aceitação materna está relacionada com a percepção da competência cognitiva, com a percepção da aceitação pelos pares e, ainda, com a aceitação sociométrica pelos pares. Assim, o contexto relacional importa, enquanto guia do comportamento social da criança, e na emergência do conceito e sentido do self. A família, pares, representações e percepções de si próprio influenciam a relação entre pares em diferentes aspectos, em particular na sua aceitação.
    O poder da aceitação significa aceitar a outra pessoa da maneira que é, sem tentar mudá-la, assim como aceitamos nossa maneira de ser, com nossas falhas. Ao aceitarmos a outra pessoa pelo que ela é, e não como gostaríamos que fosse, a energia usada até agora para criticar pode ser utilizada para construir e alimentar o relacionamento.
    SITUAÇÃO OBSERVADA
    Numa das turmas do 7º ano integrada um aluno de étnia cigana, o Samuel.
    De facto, no grupo turma, não se distingue dos demais, uma vez que naturalmente e progressivamente este aluno tem vindo a ser muito bem aceite pelo grupo.
    Apesar de não ser o delegado de turma, é um lider de turma, no sentido positivo.
    Esta semana decidiu-se criar um Blogue para a turma e por decisão dos colegas da turma, o Samuel ficou como coordenador dos trabalhos publicados fazendo a ponte com os Professores do Conselho de Turma.

    Costa, M.E.&Matos, P.M.(2007). Abordagem Sistémica do Conflito; Lisboa; Universidade Aberta 

    SITUAÇÃO DE REJEIÇÃO PRESENCIADA EM MARÇO 2011

    A rejeição é uma atitude antagónica à aceitação e interfere no relacionamento interpessoal.
    Uma situação de rejeição normalmente provoca no sujeito comportamentos menos sociáveis, menos amigáveis e menos afectuosos.
    Em meio escolar a situação de rejeição normalmente  reflecte-se no aproveitamento escolar.
    SITUAÇÃO OBSERVADA
    Num dos blocos da aula de Matemática desta semana, foi proposto aos alunos realizarem uma tarefa matemática em pares.
    Faz parte desta turma um aluno (José) com grandes dificuldades cognitivas, o que tem contribuido para o agravamente das relações com os colegas da turma.
    Na aula de referência o par do Diogo faltou e nem o Diogo teve coragem de se integrar num dos grupos, nem nenhum dos grupos foi receptivo de forma voluntária à presença do Diogo no seu grupo.
    Neste impasse, de facto complicado, foi necessária a intervenção dura da professora para que o aluno integrasse num dos grupos.

    Costa, M.E.&Matos, P.M.(2007). Abordagem Sistémica do Conflito; Lisboa; Universidade Aberta 

    sábado, 19 de março de 2011

    Afiliação

    Instinto gregário comum aos animais ditos sociais, como o Homem, que os leva a associar-se com os seus semelhantes, para satisfação de necessidades de, entre outras, comunicação, de apoio, de prestígio, de cooperação para alcançarem objectivos comuns. A afiliação é assim o factor responsável pela formação de grupos sociais - Processo de Afiliação.

    Aceitação


    A globalização trouxe às nossas escolas uma diversidade de culturas, etnias, religiões, contextos económicos, familiares e sociais e morais. Estas diferenças proporcionam a exclusão, no entanto a sociedade pede a aceitação do outro. Desenvolver e implementar programas de mediação de pares numa escola significa aceitar a complexidade que considera todas as experiências como multifacetadas.
    Todavia, aceitação não significa que concordamos com o comportamento ou com as faltas da outra pessoa mas significa simplesmente aceitá-la tal como ela é como aceitamos nossa maneira de ser, com nossas falhas.

    COSTA, M. e MATOS, P. (2007). Abordagem Sistémica do Conflito. Lisboa: Universidade Aberta.
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Aceita%C3%A7%C3%A3o

    Reciprocidade

    A vida baseia-se no acto de dar e receber, ou seja a reciprocidade é o princípio básico para todas as nossas relações.
    Na nossa totalidade humana é praticamente impossível retribuir a tudo o que nos é dado, pelo menos de modo imediato. Este adjectivo seria muito melhor empregado em momentos em que não se espera nada em troca, onde a troca aconteça de modo surpreendente sem dia, nem hórario para acontecer.
    Actualmente a reciprocidade está a dar lugar ao materialismo e à desconfiança.
    Vivemos também, uma trepidante aceleração histórica, que nos obriga quase permanentemente a adaptarmo-nos a novas situações em que elementos de outras culturas são introduzidos na nossa. Ora, o ideal seria que não fossem sempre as mesmas culturas as dadoras. Pelo contrário, deveria haver uma partilha, pois não há culturas superiores nem culturas inferiores o que pode haver é sociedades mais desenvolvidas que outras, podendo ser úteis a outras mais atrasadas nesse domínio, que, certamente, terão outros aspetos, tais como valores, tradições, etc., que poderão trocar com as primeiras, assim todas as culturas são válidas e nos permitem aprendizagens. É este o verdadeiro sentido da reciprocidade cultural, em substituição da prática de assimilação das culturas minoritárias pelas culturas anfitriãs, transformando-as, frequentemente, em culturas minorizadas para conseguirem validar os seus propósitos.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_da_reciprocidade