sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Bullying da Escola

"Abordar a agressividade em contexto escolar, implica analisar e envolver todos os fenómenos interrelacionados e todos os intervenientes institucionais. A agressividade não ocorre no vazio, insere-se num grupo, numa escola, numa teia de comunicação. Esta visão sistémica põe em evidência as redes de comunicação estabelecidas entre indivíduos, dotados de racionalidade e estratégias próprias, opondo-se a uma visão linear e causalista" (Santos 2004).
O Bullying pode ocorrer em qualquer contexto, no qual seres humanos interajam. Não se trata de uma zanga de amigos, nem de uma cena de ciúmes, mas de um fenómeno de agressividade em que há a intenção de afligir a vítima. Na escola o comportamento agressivo entre estudantes é um problema  mundial tradicionalmente admitido como natural e frequentemente ignorado ou não valorizado pelos adultos. Todavia, o Bullying entre estudantes, é definido como um acto agressivo intencional e repetido, provocado por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, executado dentro de uma relação desigual de poder, seja por idade, desenvolvimento físico ou relações com o grupo.
Para evitar este fenómeno mundial, há necessidade de investir na prevenção e estimular a discussão aberta com todos os actores, uma vez que é no campo pedagógico que a violência  pode ser resolvida, ou pelo menos prevenida. Assim, os professores têm um papel muito importante na prevenção que passa pela observação e atenção a quebras bruscas do rendimento escolar, desenvolvendo na sala de aula, um ambiente favorável `comunicação e incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito pelas diferenças.
Assim, avaliar a evolução das aprendizagens não é suficiente. É necessário que o professor esteja atento, para perceber e monitorizar as habilidades ou possíveis dificuldades que existam no convívio social com os colegas. A estratégia deve estar centrada na promoção das competências sociais e na formação cívica e educativa dos alunos.
Assim, torna-se fundamental o envolvimento dos professores, funcionários, pais e alunos para implementação de projectos de redução do Bullying nas escolas, estabelecendo normas, directrizes e acções coerentes.
Neste contexto, os professores deverão lidar e resolver efectivamente os casos de Bullying, enquanto as escolas devem aperfeiçoar as técnicas de intervenção e procurar articular com outras instituições, como por exemplo, centros de saúde, redes de apoio social e outras.
Sites e artigos consultados:
http://www.dgsaude.pt
http://www.bullyonline.org/
http://www.violência.online.pt
Beane,A.L. (2006) A sala de aula sem Bullying. Porto Editora
Carvalhosa, S.F., Matos, M. G.$ Lima, L. (2002). Bullying-A provocação/vítima entre pares no contexto escolar português.

sábado, 14 de maio de 2011

O fenómeno Bullying


O Bullying é um fenómeno mundial sendo este termo de origem inglesa  utilizado universalmente para descrever actos de violência. A violência, pode ser física ou psicológica, intencional e repetitiva que ocorre sem motivação evidente. É mais do que um acto ocasional de raiva, é uma intimidação regular e persistente que fere a integridade e confiança da vítima. Geralmente estes actos de violência são praticados por um jovem, ou grupo de jovens com problemas emocionais e com dificuldades em fazer amigos. São oriundos de famílias desestruturadas, caracterizadas como tendo pouco carinho/afecto entre os seus membros, com problemas em partilhar os seus sentimentos. Também os seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Estes agressores geralmente têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar.O seu objectivo é intimidar ou agredir a vítima incapaz de se defender.
As vítimas não são provenientes de famílias conflituosas, não sabem reagir quando são provocadas e como têm uma auto-estima baixa acreditam nos insultos que lhes são dirigidos, são alvos fáceis porque levam a sério as injúrias do agressor, ficando fragilizadas, amedrontadas e dificilmente conseguem estabelecer novas relações de confiança. Acaba por se calar e isolar-se dos outros na tentativa de minimizar o seu sofrimento. Dependendo da estrutura psicológica da vítima, o Bullying poderá dar origem a ansiedade, tensão, medo, raiva, angústia, tristeza, desgosto, sensação de rejeição, desejo de vingança,, pensamento suicida, entre outros.
São vários os locais onde ocorre, como por exemplo nas escolas, nas bibliotecas, nas salas de informática,  no local de trabalho e entre vizinhos.
Neste contexto,  os agressores têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adoptar, inclusive, atitudes delinquentes ou criminosas.

Sites e artigos visitados:
http://www.bullyingonline.org/
http://www.stopbullyingnow.com/
http://violencia.online.pt
www.bullying.com.br/
Carvalhosa, S. F.,Matos, M.G.& Lima, L (2002). Bullying-A provocação/vítima entre pares no contexto escolar português.Análise Psicológica, 4 (XX)



sábado, 7 de maio de 2011

A tutoria em contexto escolar

Muitos alunos são oriundos de meios sociais desfavorecidos, com famílias desestruturadas, com baixas expectativas em relação ao contributo que as aprendizagens escolares poderão representar no projecto de vida dos seus educandos. Por vezes os alunos trazem já retenções logo nos primeiros anos de escolaridade, o que dificulta a conclusão da escolaridade obrigatória bem sucedida na idade convencional. Nestes casos os alunos necessitam de um apoio e acompanhamento, afectivo e pedagógico, individualizado, sistemático e regular. Compete então à Escola assegurar o cumprimento da escolaridade obrigatória, combater a exclusão e reduzir o absentismo.
Neste casos o professor tutor terá um papel importante ao ajudar na diminuição dos factores de risco dos alunos e no incremento de factores de protecção, nos domínios da aprendizagem e das condutas pessoal e sociaL, potencializando, deste modo, o seu bem estar e a adaptação às expectativas académicas e sociais.
Este professor tutor deverá ser escolhido entre os restantes professores da turma, atendendo sobretudo ao seu perfil, nomeadamente ter formação especializada no âmbito da orientação educativa. Cabe-lhe a tarefa de assegurar a eficiência do processo e a eficácia da aprendizagem. Também promove a integração do aluno na escola e na sociedade, apoiando no desenvolvimento de acções de socialização, acompanmhamento e orientação, que possam conduzir à concretização de um projecto de vida.
Bibliografia:
Azevedo, Nair Rios & Nascimento, Ana Teresa Brito (2007). Modelo de Tutoria: construção dialógica de sentido. interacções.Vol.3,Nº7.Pp.97-115. ISSN 1646-2335. Consultado em janeiro, 2010.
Guia prático para a mudança positiva”, col. Ficheiros Pedagógicos, Ed. AsaLopes, João A. (2001), “Problemas de Comportamento, de Aprendizagem e Problemas de “Ensinagem”, col. Nova Era, Educação e Sociedade nº6, Quarteto Ed.Rief, F e Heimburgo, Julie (2000), “Como ensinar todos os alunos na sala de aula inclusiva”, II vol., col. Educ. Especial, nº12, Porto Editora


Perspectiva dialógica das interacções em contexto de sala de aula


As interações entre professor e aluno em sala de aula constituem o foco principal do processo de aprendizagem, pois favorecem o surgimento de funções psicológicas mais sofisticadas, tornando-se factor essencial para a mediação de signos e instrumentos na construção de sistemas simbólicos que irão contribuir para o processo de construção do conhecimento (Araújo, 1995). Neste contexto também Vygotsky (1989) referindo-se aos processos de internalização defende que as funções mentais superiores ocorrem em dois momentos consecutivos primeiro ao nível das interações sociais ou inter-individuais, e segundo ao nível intra-psiquíquico. Este processo representa o principal mecanismo de transmissão da cultura e inserção do indivíduo no universo de significados e valores típicos do grupo social de que faz parte. Segundo o mesmo autor é a relação com o próximo que permite ao sujeito a construção do seu conhecimento e  desenvolvimento.  Tendo por base a interacção e as condições a sua maturação, assim como a qualidade dessas interacções que experimenta ao longo de sua vida, sendo a interacção em contexto escolar um grande contributo para o desenvolvimento humano. Desta forma, novas funções vão sendo desenvolvidas de maneira diferente quando a interação ocorre em espaços com características diferentes.
 As rápidas mudanças ocorridas na sociedade e o grande volume de informações estão refletindo-se no ensino, exigindo, desta forma, que a escola não seja uma mera transmissora de conhecimentos, mas que seja um ambiente estimulante, que valorize a invenção e a descoberta, que possibilite à criança percorrer o conhecimento de maneira mais motivada, crítica e criativa, que proporcione um movimento de parceria, de trocas de experiências, de afectividade no acto de aprender e desenvolver o pensamento crítico reflexivo.

Também a integração dos computadores nas escolas, vista como uma dinâmica de interacção, como um ambiente rico para a mediação entre sujeitos, oferece condições para envolver as crianças e estimular a investigação e a interacção.

BIBLIOGRAFIA :

GALVÃO, IZABEL.  Henri Wallon: uma concepção  dialética   do desenvolvimento infantil.  7ª.ed.  Petrópolis, RJ : Vozes, 2000.(Educação e conhecimento). 134 p.
LA TAILLE, YVES DE; OLIVEIRA, MARTA KOHL DE.  Piaget,     Vygotsky,   Wallon :  teorias psicogenéticas em discussão.  São Paulo : Summus.
Reflexão
Actualmente, com a massificação das escolas, aumentaram também os  problemas. A consequente necessidade de um relacionamento de carácter multicultural entre os actores do espaço escolar obriga a uma procura incessante de resolver os problemas comunicacionais existentes. Estes problemas de comunicação entre pares podem-se traduzir em conflitos aos quais urge mediar a sua resolução. Se eles acontecem entre docentes e alunos podem manifestar-se na forma de insucesso escolar. Será necessário estabelecer relações comunicacionais entre todos, com o objectivo de promover uma educação que potencie os horizontes culturais dos alunos, originando novas necessidades de aprendizagem e tendo como finalidade o desenvolvimento das suas individualidades.
Todavia, na Escola, há tendência para se multiplicarem as atitudes,  que têm uma correspondência a condutas similares encontradas na própria sociedade.
A comunicação é um processo em que relações, identidades, padrões culturais e valores são elaborados e transformados, tendo a escola como sistema interventor responsabilidade nessa transformação.
As aprendizagens dos alunos são desenvolvidas pela interacção com a sociedade, a partir das condições de vida e educação que cada um tem, e que podem ser alteradas ou surgirem novas necessidades de aprendizagem ao longo do processo de escolarização.
Dessa forma, aprendizagem e desenvolvimento não podem ser considerados nem um único processo, nem dois processos independentes, mas sim dois processos onde se estabelecem relações complexas.Vygotsky (2000). São essas relações que irão impulsionar, o desenvolvimento ou seja a construção do conhecimento.